O greenwashing é um termo em inglês que pode ser traduzido como “lavagem verde” e é praticado por empresas, indústrias públicas ou privadas, organizações não governamentais e até governos. Era, basicamente, uma estratégia de marketing, de promover discursos, ações e propagandas sustentáveis que, com o perdão do trocadilho, não se sustentam na prática. Mas o termo vai muito além disso agora.
Com a agenda ESG, sigla em inglês para questões ambientais, sociais e de governança, na moda, as empresas têm buscado mostrar que estão na linha – mesmo que algumas delas não estejam. Um caso recente e emblemático de greenwashing aconteceu em 2015, por exemplo, quando a automobilística Volkswagen foi envolvida em um escândalo de falsificação de resultados de emissões de poluentes em motores a diesel. A montadora admitiu que usou um programa de computador para burlar inspeções de 11 milhões de veículos no mundo. O resultado? O presidente da empresa pediu desculpas e renunciou ao cargo, a companhia fez um recall de 8,5 milhões de unidades e a empresa teve seu primeiro prejuízo em 15 anos
“Ninguém é 100% sustentável. Mas mostrar que está melhorando, se aperfeiçoando e buscando um caminho, já passa uma mensagem positiva para os consumidores”, diz Monica Kruglianskas.
Do lado das empresas, para não cair no greenwashing, Monica sugere um amplo estudo. “Precisa medir seu impacto, as emissões, o tratamento da água, o uso de recursos. Depois partir para a eficiência dos processos e, por último, comunicar. Mas essa receita dá trabalho. Então as empresas preferem pular para o relatório de sustentabilidade e fica a sensação de greenwashing”, diz.
De acordo com ela, que é doutora em sustentabilidade e reputação corporativa pela Universidad Autônoma de Barcelona, o que as empresas precisam é contar o que já foi feito e não ficar falando só do que pretendem fazer.